terça-feira, 15 de setembro de 2015

Sociedade civil, o que é isto?

Uma sociedade civil forte jamais permitirá falências às suas instituições. Pelo contrário. É capaz de estimular os seus líderes a serem mais fortes, conferindo-lhes os necessários meios para que atinjam os seus objectivos. Incentivam-nos a serem mais e melhores líderes (a serem lideres de todos) facilitando o caminho aos cidadãos e fazendo com que a burocratica (os políticos e os partidos) se situe sempre entre a «razão da política e racionalidade do poder», sempre em prol do interesse coletivo, conferindo-lhes missão. Tudo em prol do bem comum e do povo, fazendo com que as pessoas se sintam verdadeiramente mais livres, mais iguais em termos de direitos, mais liberais no acesso aos bens e serviços e mais fraternos e solidários, em linha com o fim último da política que é servir o povo e não servir-se dele. 

Países, onde a sociedade civil é forte, exigente, culta e idónea, têm partidos fortes e, normalmente, têm (também) um quadro partidário estável, democraticamente confrontacionário e bipolar: em França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Espanha e América Latina, o quadro político é confrontacionário mas é também bipolar. Nesses países coexistam sempre dois grandes partidos. A bipolaridade, consagrada nesses países, reflecte, em certa medida, a soberania do princípio "partidocrático" das medidas e politicas e do seu grau de desenvolvimento e maturidade, instalados de direita à esquerda, passando pelo centro. 

Na Europa comunitária (mais) e nos Estados Unidos (menos) os pequenos partidos não são proibidos. Pelo contrario. São, muitas vezes, excepções que confirmam a regra em relação a existência de uma certa periferia ideológica de esquerda ou da direita. Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Holanda etc.. são exemplos acabados desse paradigma. Nesses países a sociedade civil é culta. Goza da necessária credibilidade e autonomia. É forte e exigente. 
                                               
Aqui no nosso meio uma pergunta nos vem à cabeça sempre que se fala dos partidos e da sociedade civil: a bipolaridade partidária? Que reformas devem ser empreendidas para que essa bipolaridade, sendo histórica e culturalmente noutras nações um indicador de qualidade da democracia, possa ser também aqui garantida, desenvolvida e consolidada? Parece ser, além de saudável desejável que, enquanto país em desenvolvimento, se procurasse, em Cabo Verde, construir uma realidade partidária bipolar, qualitativamente assumida entre o PAICV e MPD, pois que aqui os pequenos partidos tendem a dissolver-se e as grandes contradições que naturalmente estão na sua origem tendem a diluir-se a favor do estado, que detém os meios e as posses para propor a sua resolução.

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