terça-feira, 1 de outubro de 2013

Foi com tristeza que recebi a notícia de que a FIFA terá rejeitado o recurso interposto pelo FCF.

Foi com tristeza que recebi a notícia de que a FIFA terá rejeitado o recurso interposto pelo FCF. Pode-se e deve-se continuar com o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto, mesmo sabendo que, a partida, estará condenado ao fracasso. A nossa condição de sermos um Estado que se funda no direito, assim o exige. Olhemos em frente. O momento é de tristeza para o futebol nacional, porque não se conseguiu concluir o extraordinário trabalho de levar o sucesso até ao fim, perante o esforço de uma geração de jogadores, treinadores e dirigentes que tudo fizeram para que, também no futebol, o nome de Cabo Verde fosse colocado ao mais alto nível, lá onde era impossível pensar que fosse. Por causa de uma pequena falha de interpretação, pagamos o preço e não vamos ao mundial de 2014, quiçá por culpa nossa ou por que não quiseram que lá fossemos, ou simplesmente porque fomos ingénuos: tão pequenos e quão grandes as nossas ambições, perante um mundo competitivo, onde as Nações que se prosperam têm de conhecer bem o chão que pisam. O país inteiro apreendeu a acreditar no impossível: ver Cabo Verde no topo do mundo e representado ao mais alto nível na arena do futebol mundial. De repente a crença transformou-se num mito e a confiança num silêncio, pois que a ilusão de um sonho conheceu a dura realidade, que sussurra baixinho em cada um dos nossos ouvidos. Ainda assim devemos ser solidários com a FCF, pois ser solidário nestas circunstâncias é uma obrigação nacional. Sermos solidários com esses jovens jogadores, treinadores e dirigentes é, em ultima análise, ser solidários com Cabo Verde. Se há dias estivemos na rua a gritar pelos Tubarões azuis, pelos seus extraordinários feitos futebolísticos, hoje, por maioria de razão, não nos devemos “agachar” perante o facto de não termos ido ao mundial de 2014. Manifestemos para com os nossos jogadores a nossa solidariedade, reconhecendo o seu esforço. Devemos sempre ser Cabo Verde no sucesso e no insucesso. O “caminho faz-se caminhando”, segundo a poética de António Machado. Cara levantada! Errar é humano! Só não erra aquele que não faz nada. Não há que ter vergonha dos nossos erros. A vida continua. Não fomos lá desta vez, mas havemos de lá ir, da próxima vez, pois existirão outros milhões de mundiais de futebol, onde, com certeza, Cabo Verde estará presente. Viva os Tubarões azuis! Viva Lúcio Antunes e toda a equipa técnica! Viva a FCF e seu presidente Mário Semedo e Viva Cabo Verde.

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