sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As conferências sobre a emigração organizadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, confirmam “o deserto de politicas de emigraçao"

As conferências sobre a emigração organizadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, confirmam “o deserto de ideias e de políticas de emigração” que caracterizam o actual governo do PAICV. A margem da visita de círculo que estou a efectuar ao meu circulo eleitoral, fui questionado sobre as conclusões das conferências sobre a emigração organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Na minha declaração, considerei que as conclusões da referida conferencia vieram tarde de mais e confirmam o “deserto de ideias e de políticas de emigração” que caracterizam o actual governo do PAICV. Em em bom rigor, não se trata de nenhum estudo científico, mas sim de uma compilação de relatórios elaborados por funcionários do Ministérios dos Negócios Estrangeiros fundado em realidade estatística que o próprio governo, em tempos, negou existir, considerando que não eram credíveis pelo próprio ministro dos negócios estrangeiros em sede de negociações para a designação das CRE’s. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chega tarde e mostra-se cansado, misturando “emigração” com a “imigração” que com este governo tem sedes distintos” .
Considerei, ainda, que essas conferências enquadram-se em eventos de “campanha eleitoral”, que, estranhamente, procuram envolver o Ministério de negócios Estrangeiros, à semelhança da carga partidária que se tem vindo a exercer sobre algumas Embaixadas e Consulados de Cabo Verde no exterior, com o objectivo de conferir vantagens políticas ao partido no poder. Ao longo destas duas legislatura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, anteriormente ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades considerou a emigração como parente pobre da política externa, não deixando de ser curioso que no final da legislatura, vir de forma apressada apresentar estudos que, sendo compilações de textos, relatórios de conferencias produzidos nos últimos 20 anos da integração constitucional das comunidades cabo-verdianas no exterior, peca pela qualidade das suas conclusões, pois “as deportações, o “absentismo escolar dos nossos emigrantes e dos seus descendentes”, “a falta de formação e qualificação profissional”, “as questões de mobilidade”, ao lado de outras questões como a “redução do preço da passagem aérea prometidas por este governo”, “as questões aduaneiras e alfandegárias que descriminam negativamente os nossos emigrantes”, e a valorização dos seus investimentos directos no pais não são, de entre outras questões, propriamente novidades, e o governo deveria preocupar-se em apresentar contas ao povo e aos emigrantes, concluí que o “emigrante cabo-verdiano possui um perfil que decorre das condições que estão na origem da sua decisão de emigrar, inerentes, portanto, ao esforço que desenvolve para a sua integração social, económico, político e cultural nos países de acolhimento e que deveriam ser motor para a sua integração em Cabo verde”.

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