sexta-feira, 27 de março de 2009

Miguel Sousa esteve em França e está preocupado com os serviços consulares




O deputado da Nação, Miguel Sousa, eleito pelo círculo da Europa e Resto do Mundo, nas listas do MpD, defendeu semana passada em França, durante uma visita parlamentar, que a Embaixada e Consulados de Cabo Verde naquele país europeu devem estar “mais próximas” dos emigrantes cabo-verdianos e que “nunca devem sentir-se envergonhados” em defender os altos interesses das nossas comunidades, nesse país do Velho Continente. Em Lyon, Marselha e Nice, o parlamentar cabo-verdiano encontrou-se com os cabo-verdianos a quem auscultou as suas preocupações que vão desde as “elevadas taxas alfandegárias” praticadas no país a uma “completa ausência” da embaixada e do embaixador junto das nossas comunidades, nessas cidades.

Em declarações a este diário digital, a partir de Lisboa, Miguel Sousa advertiu que a nossa embaixada em França não pode transmitir imagem que se trata apenas de uma “agência de vendas de documentos”. É que segundo o deputado e segundo queixas dos nossos emigrantes recolhidas junto da comunidade parece que “só temos embaixador e embaixada quando se trata de cobrar valores exorbitantes para a emissão de um certificado de nacionalidade ou de passaporte e/ou quando se trata de prestar informações à polícia francesa para expulsão dos patrícios do território francês”, refere o deputado, fazendo aquilo que considera a necessidade do deputado dar voz e expressão às reivindicações das nossas comunidades.

Conforme Miguel Sousa, os nossos conterrâneos em solo francês “têm a impressão de que a embaixada fica orgulhosa quando um cabo-verdiano é expulso” daquele território” ao que considera que a Embaixada deveria agir preventivamente de forma a conhecer o problema, designadamente quando se trata da necessidade de expulsão dos concidadãos nacionais.
Diante dessa situação, o deputado deixou garantias em como no seu regresso a Cabo Verde irá solicitar uma audiência ao ministro José Brito, responsável pela diplomacia crioula, para se informar dessas situações e inteirar-se da sua veracidade. No entanto, Sousa vai dizendo que ele, enquanto deputado e cidadão nacional defende que as embaixadas e consulados devem tudo fazer para estarem “mais próximas” das comunidades.

Admitindo ter “posição crítica” quanto aos recentes acordos de parceria para a mobilidade e do desenvolvimento solidário rubricado com a França, Miguel Sousa entende que o mesmo deveria ter “maior sentido de oportunidade”, contemplando tanto o pedido de regularização dos cabo-verdianos em situação irregular em França, como a possibilidade de garantir maior mobilidade, por razões profissionais, àqueles que residem actualmente no espaço da União Europeia. “Não nos parece que este é o melhor momento de fazer Acordos para promover emigração de quadros cabo-verdianos”, comenta, justificando que: “o que pedimos é que Cabo Verde deveria lutar para regularizem os cabo-verdianos que se encontrem em França, pelo que defendemos que o movimento deveria ser no sentido inverso”, ou seja “parece-nos que para actual fase de desenvolvimento, o país deveria atrair quadros e competências da diáspora e não fazer acordos que permitam a emigração de cérebros nacionais”, assevera o deputado, que defende “de forma incansável e inequívoca” a necessidade de se aprimorar políticas para fomentar a integração das comunidades emigradas no circuito do desenvolvimento económico-social e cultural em Cabo Verde.

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