quinta-feira, 1 de abril de 2010

Morrer-se na Escola ou a "morte" do futuro?

Há dias numa Escola de Palmarejo, cidade da Praia um jovem matou um outro adolescente. É muito triste e é de se lamentar. Tem sido assim: semana, sim, semana não, tem ocorrido, pelo menos, um homicídio na cidade da Praia. Os nossos vizinhos, amigos, conhecidos e agora também os nossos meninos morrem, desta feita, na Escola!... Ninguém se sente seguro.
A ansiedade e a insegurança das pessoas aumentam dia após dia. Não bastas vezes, as Oposições chamam atenção do governo em relação à problemática de segurança no país. Ninguém sabe, ao certo, o que é que estará por detrás disso: desemprego, desigualdades sociais, "consumo e tráfico de drogas, deportados vindos dos Estados Unidos, influência externa", manipulação da sociedade com vista a instauração do “caos social”, com o objectivo de abrir espaços, para novas culturas, novas religiões e novos valores? Ou é a chegada de uma nova ordem social, que nos impõe a todos a anarquia, o medo, a ausencia da democracia, do pluralismo e da liberdade?
Enfim não se sabe ao certo. Anunciam-se a construção de 14 mesquitas, qual nova perspectiva "ecoménica" estranha visão, descuidada e semi imposta pelas autoridades, à nossa sociedade!.., Reduz-se o espaço público de convivio entre pessoas, de troca de experiencias, de paz social, mas ninguém parece disposto a questionar nada de forma organizada. Nem a juventude.
A sociedade vive o seu dia-a-dia. Ninguém pensa no amanha de todos nós. Pode, sim, estar por detrás disso a ideia de "caos social" a favor de uma nova ordem, desta feita com novos valores? Questiona-se? O que é que estará a acontecer?. Não podemos aceitar que os nossos meninos sejam assassinados a caminho da escola. Não pode ser!... Diz a policia que a maioria dos grupos “thugs” são grupos organizados de jovens conhecidos dos arredores da Praia e portanto bem conhecidos da população da cidade e das autoridades policiais e judiciarios.
Então porquê que os deixamos desafiar desta forma a ordem social? Porque não actuam de forma coordenada as autoridades? Numa sociedade normal esses grupos deveriam existir e a sua existência, além de legal, deveriam ser incentivada, mas porquê que se rebelam contra a ordem social estabelecida e contra a tranquilidade pública? Estão sem ocupação? Ou estão a ser manipulados por alguém que, conhecendo a vulnerabilidade da sociedade cabo-verdiana, inicia a pressão a nível da juventude, com o proposito de instauração do medo e do caos?.
Não estaremos a ser demasiados simplistas na analise das causas da insegurança? não seria melhor pensarmos que algo de invisível, de novo, de estranho e de muito sensível estaria a passar na nossa sociedade? Tudo muito estranho e muito complicado. Os serviços dizem que estão a dar combate à delinquencia e criminalidade juvenil, mais depois não sentimos as respostas. E o governo onde está?.
A sociedade deve ser governada, pois com um governo incapaz ou demitido das suas responsabilidades é o caos. A verdade é que morrem pessoas: morrem, inclusivamente, os nossos meninos. O crime acontece. Ora se presume ser por ajustes de contas, por motivos desconhecidos, muitas vezes ditos, “por tráfico de droga”, ora é a pequena criminalidade que ocorre aos olhos impotentes de todos nós. Caos urbanísticos. Falta de iluminação pública.
É a pequena criminalidade que atormenta a vida dos cidadãos, todos os dias e agora pretende pôr medo aos nossos jovens, para quiça abandonarem a Escola. Ajustes de contas não podem substituir a justiça.
A polícia nacional tem de intervir e tem de tomar posições. O ministério público tem de dizer alguma coisa. A sociedade perde tranquilidade. A ansiedade geral aumenta e os investidores fogem. Estranho é que o governo tem vindo a fazer um discurso de desresponsabilização. Diz o governo que a família, os pais e encarregados de educação, a escola devem fazer esforços no combate à criminalidade. Sim estamos de acordo, porque a tranquilidade pública é, seguramente, um dos bens mais preciosos da sociedade e diz respeito a todos.
E a responsabilidade do governo onde fica, quando o primeiro-ministro anuncia publicamente a intenção de se reunir com os “thugs”. Turistas já foram mortos. Taxistas, cidadãos comuns foram já assassinados. Enfim tudo isto é muito preocupante, para não dizer dramaticamente preocupante. Ficamos sempre impotentes a lamentar, quando ocorre um caso de homicídio, mas convenhamas que deixar morrer os nossos meninos na Escola é permitir a morte do nosso futuro.

A ver vamos!...