segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Eng. António Espírito Santo - primeiro Provedor da Justiça de Cabo Verde

O país acaba de conhecer hoje o seu primeiro Provedor da Justiça. A escolha recaiu sobre o Eng. António Espirito Santo, ex-presidente da Assembleia Nacional. Homem impoluto, de invulgar honestidade intelectual, Espirito Santo, como vulgarmente se lhe conhecemos o nome, ajusta-se ao lugar e, como tal, enquanto cidadão, sinto-me reconfortado, devida e justamente, representado. Felicito-o por esta escolha. Revejo-me plenamente nessa decisão. Estão de parabéns os grupos parlamentares do MPD e do PAICV, por terem chegado a esse acordo quanto a esse nome. Em democracia, em regra e bastas vezes, dizemos que os “consensos existem para serem negociados e acordados”, pois não existem consensos políticos fiáveis, em democracia, sem negociação e aí está um bom exemplo - um boa negociação dos grupos parlamentares, que resultou na escolha de um bom nome, capaz de exercer o cargo de Provedor da Justiça, com rigor, honestidade, isenção, independência e imparcialidade. Desejo longa vida ao Eng. António Espirito Santos e muitos sucessos nas suas novas funções. Bem-haja.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Com devida vénia ao diário online assemana.sapo.cv: "Remessas dos emigrantes continuam a crescer "

"As remessas dos emigrantes cresceram pelo segundo mês consecutivo, tendo atingido no mês de Julho último 1.353,3 milhão de contos, segundo dados provisórios do Banco de Cabo Verde (BCV), noticia o diário online www.assemana.sapo.cv, indicando que "os países de onde vieram as remessas mais expressivas são Portugal e França com 458 mil e 332,5 mil contos, respectivamente"".

                     
A mesma fonte noticia em manchete que dos Estados Unidos, por exemplo, chegaram 185,9 mil contos, mais 20 mil contos do que os 165,5 mil contos remetidos em Junho. Que dos Países Baixos vieram agora 104,4 mil contos, quando em Junho foram apenas 92,2 mil contos. Que os cabo-verdianos em França registam em Julho um dos aumentos mais significativos nas suas remessas: mais de cem mil contos – mandaram 332,5 mil contos, contra 227,3 do mês anterior, confirmando a tendência crescente que se verifica desde o início deste ano. Que os emigrantes que residem em Itália canalizaram para o país 87,6 mil contos e os da Alemanha 12,7 mil contos, que curiosamente foi de Portugal, país que enfrenta uma das piores crises económicas e financeiras na Europa (estando por isso sob programa de assistência financeira internacional), que veio a soma mais expressiva: 458 mil contos. Este valor confirma o crescimento contínuo dos envios de remessas, que estavam em 288,7 mil contos em Maio e 303,8 mil contos em Junho. Que os restantes países – Reino Unido, Suíça, Angola, Luxemburgo e Espanha – também registaram aumento de remessas, mas os montantes situam-se ainda abaixo dos 50 mil contos por país. Os emigrantes originários da Praia foram os mais “generosos”, expedindo para o país no mês de Julho 311,51 mil contos, seguidos dos de São Vicente, que enviaram 259,86 mil contos. Seguem-se os emigrantes de Santa Catarina de Santiago, que enviaram 209,91 mil contos, os de Tarrafal 131,88 mil contos, os de São Nicolau 94,18 mil contos e os do Fogo 73,18 mil contos. Para Santa Cruz foi remetido 59,86 mil contos e para Ribeira Grande 47,83 mil contos. Sal e Boa Vista receberam 39,85 e 39,36 mil contos. Porto Novo, Maio e Brava receberam 36,97 mil, 25,87 mil e 23,19 mil contos, respectivamente. Fim de citação.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Foi com tristeza que recebi a notícia de que a FIFA terá rejeitado o recurso interposto pelo FCF.

Foi com tristeza que recebi a notícia de que a FIFA terá rejeitado o recurso interposto pelo FCF. Pode-se e deve-se continuar com o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto, mesmo sabendo que, a partida, estará condenado ao fracasso. A nossa condição de sermos um Estado que se funda no direito, assim o exige. Olhemos em frente. O momento é de tristeza para o futebol nacional, porque não se conseguiu concluir o extraordinário trabalho de levar o sucesso até ao fim, perante o esforço de uma geração de jogadores, treinadores e dirigentes que tudo fizeram para que, também no futebol, o nome de Cabo Verde fosse colocado ao mais alto nível, lá onde era impossível pensar que fosse. Por causa de uma pequena falha de interpretação, pagamos o preço e não vamos ao mundial de 2014, quiçá por culpa nossa ou por que não quiseram que lá fossemos, ou simplesmente porque fomos ingénuos: tão pequenos e quão grandes as nossas ambições, perante um mundo competitivo, onde as Nações que se prosperam têm de conhecer bem o chão que pisam. O país inteiro apreendeu a acreditar no impossível: ver Cabo Verde no topo do mundo e representado ao mais alto nível na arena do futebol mundial. De repente a crença transformou-se num mito e a confiança num silêncio, pois que a ilusão de um sonho conheceu a dura realidade, que sussurra baixinho em cada um dos nossos ouvidos. Ainda assim devemos ser solidários com a FCF, pois ser solidário nestas circunstâncias é uma obrigação nacional. Sermos solidários com esses jovens jogadores, treinadores e dirigentes é, em ultima análise, ser solidários com Cabo Verde. Se há dias estivemos na rua a gritar pelos Tubarões azuis, pelos seus extraordinários feitos futebolísticos, hoje, por maioria de razão, não nos devemos “agachar” perante o facto de não termos ido ao mundial de 2014. Manifestemos para com os nossos jogadores a nossa solidariedade, reconhecendo o seu esforço. Devemos sempre ser Cabo Verde no sucesso e no insucesso. O “caminho faz-se caminhando”, segundo a poética de António Machado. Cara levantada! Errar é humano! Só não erra aquele que não faz nada. Não há que ter vergonha dos nossos erros. A vida continua. Não fomos lá desta vez, mas havemos de lá ir, da próxima vez, pois existirão outros milhões de mundiais de futebol, onde, com certeza, Cabo Verde estará presente. Viva os Tubarões azuis! Viva Lúcio Antunes e toda a equipa técnica! Viva a FCF e seu presidente Mário Semedo e Viva Cabo Verde.